Sempre reservado aos místicos, fanáticos religiosos, cineastas de ficção, charlatões, etc., agora o assunto “fim do mundo” ganha novo público: a totalidade da população humana. Com uma nova tônica, respeitosa e científica, o aquecimento da terra e as tragédias climáticas tornaram-se assunto cotidiano nos telejornais, botecos e praças.
Evidente que o assunto ainda encontra resistência na mente de muitos, especialmente daqueles que estão mais interessados em sua própria esfera egóica de acontecimentos. Indivíduos assim são facilmente identificáveis... seus assuntos sempre giram em torno de si mesmos: seus planos, carreiras, amores, desgostos e mazelas, etc.
A Persona Egocêntrica, em primeiro lugar, não pode ver o todo; em segundo, não lhe interessa.
Nessa época estranha, os homens são medidos por certificados. Tudo nessa vida possui um certificado, desde as vacinas até as honrarias. No entanto, quando o calor insuportável vem, quando a tragédia chega, ninguém tem uma explicação, nem entendimento, nem nada que solucione.
Saltitam as teorias, pululam as discussões, ninguém sabe como se sair bem, todos sofrem. A verdade, tantas vezes tratada como relativa, salta aos olhos, nua, absoluta.
Destruimos nosso planeta devido a inconsciência e maldade desmedida; para a orgia final, só faltam algumas bombas atômicas. (senhores da guerra, não leiam esse blog, "pelamor")
Estamos prestes a receber o certificado de que nosso planeta está se esvaindo. Quando isso acontecer, não estranharei de ver alguns doutores muito importantes garantindo isso na tv.
Nessa hora, até os mais tontos poderão dar crédito aos sinais que há muito tempo se fazem notar. Se der tempo, pode até virar assunto de alguma novela. Imaginei a abertura, com aquela locução tradicional e bossanova no fundo: "A PO CA LI PSE - pra esquentar suas noites"... Mas o fim não será rápido, acredito. (digo do mundo, não da novela.)
A humanidade adormeceu suas faculdades, percepções, sentidos. Se embruteceu assustadoramente. A inteligência humana está sendo aplicada de forma inconsciente e idiotizada, e a sensação que fica é que ninguém se importa tanto assim.
Cada vez mais individualista e imediatista, percebo a sociedade ruir em falsos códigos, falsas morais, falsa ciência, falsa religião, tudo com um quê de estranheza, caduquices que não podemos compreender, nem deveríamos aceitar.
A pureza de coração soa idiota, a simplicidade e a verdade são raras, e tudo que enalteça o ego, a vitória sobre os outros, a satisfação imediata, vende bem e está certo.
Quem não destruir o egoísmo em si mesmo, quem não revolucionar sua própria consciência e abrir-se logo para esses assuntos, nem ao menos compreenderá o que está acontecendo. Espero que essa dor que vem, que já atinge a tantos, sirva para acordar, sirva para que coloquemos algum sentido nessa existência, para que recordemos a essência de tudo, recordemos de nós mesmos, da origem, do que temos que fazer.
Mudar é preciso, e isso só é possível intimamente. Mudemos dentro, que fora “vai se embora”.
Hoje é uma sexta feira santa, na cultura dos cristãos. Na tv assisti ovos ornamentados, “novidades” futebolísticas, crises políticas e tsunamis, e pensei em escrever sobre “bem além da estrela azul”, nossa primeira música que tocou na rádio, lá na terra onde nasce o sol. Mas em vez de abrir um editor de texto, abri um editor de imagens, para pensar...
Tenhamos força e consciência para passar por essa revolução que vem.
Um grande abraço e uma boa páscoa pra todos, com meditação, renovação do ânimo e até um chocolate! Rodrigo.
“...nunca
o egoísmo,
pai de toda dor
escureceu
tanto assim a nossa casa
mas a verdade é assim...
terrivelmente incrível...”